O Ministério Público de Guarulhos está pedindo que seja inserida uma mensagem de alerta nas embalagens de enxaguantes bucais. Segundo o órgão, os fabricantes devem informar que os produtos que contém alcool "podem causar câncer na boca".
Na disciplina de Estomatologia da UFPR a orientação tem sido de cautela. Os (poucos) estudos publicados sobre o tema ainda não permitem apontar que o uso, mesmo que exagerado, de enxaguantes bucais contendo alcool sejam considerados como fator de risco para o desenvolvimento de câncer na boca. Os legisladores deveriam pautar-se pela mesma cautela.
- Veja também a postagem intitulada "Bochecho Mortal?" publicada em nossa página no dia 15/04/2009 sobre o mesmo assunto.
- Veja aqui a matéria original do site da Folha online (25/03/2011) ou acesse o seu conteúdo logo abaixo em "mais informações".
25/03/2011 - 19h09
Ação pede alertas nas embalagens de enxaguantes bucais
JULIANA VINES
DE SÃO PAULO
O Ministério Público Federal em Guarulhos entrou com uma ação para que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) exija que fabricantes de enxaguantes bucais com álcool informem na embalagem que o produto pode causar câncer.
A ação cita uma matéria da Folha de abril de 2009. Segundo o texto do documento, estudos citados na matéria provam a relação entre câncer de boca e o uso de enxaguantes com álcool:
Enxaguante bucal favorece câncer de boca
Uma das pesquisas foi feita no Brasil com 309 pacientes e publicada na "Revista de Saúde Pública" da USP.
De acordo com o Ministério Público, a partir da publicação da matéria, instaurou-se um inquérito civil para avaliar os riscos do produto. Um parecer da Anvisa foi requisitado.
Em março de 2010, a agência declarou que faltam provas para relacionar o uso do produto com o risco de câncer.
"A Anvisa foi negligente. A dúvida justifica a precaução. Rótulos e embalagens devem informar sobre a existência de estudos e do risco", diz Matheus Magnani, promotor e autor da ação.
A ação foi encaminhada com pedido de liminar - pode passar a valer assim que for avaliada por um juiz.
A Anvisa informou que ainda não recebeu nenhuma notificação sobre a ação e, por enquanto, não quer se manifestar sobre o assunto.